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Filhote da espécie Eupetomena macroura, recuperando-se numa caixa de sapatos forrada com pano macio e um poleiro. Se a ave não se mantiver pousada, deixe-a no pano. Após a recuperação, liberte-a.           

Socorrendo beija-flores

 

Filhote da espécie Eupetomena macroura, recuperando-se numa caixa de sapatos forrada com pano macio e um poleiro. Se a ave não se mantiver pousada, deixe-a no pano. Após a recuperação, liberte-a.

 

 

     

 

Eventualmente um beija-flor pode bater contra uma vidraça e ficar atordoado ou desacordado. Pode entrar voando por uma janela e não encontrar uma saída, ficando enfraquecido pelo esforço e longo tempo sem se alimentar. Nesses casos, recolha a ave gentilmente, faça uma solução de água com açúcar, coloque numa colherinha e apenas mantenha a ponta do bico da ave nela mergulhada. Segure-a na mão, com as asas fechadas rente ao corpo. Não force a deglutição do líquido açucarado, pois isso pode causar afogamento. Observe que apenas a ponta do bico deve ficar mergulhada no liquido açucarado. As narinas da ave, que estão situadas onde termina a penugem e começa o bico jamais dever ficar obstruídas. Se o beija-flor demora a se alimentar não desista, isso pode levar até uns 10 ou 15 minutos. 

Existem observações que sugerem que o líquido sobe pelo bico por capilaridade. Apenas insista e aguarde que língua da ave começa a movimentar-se rapidamente, como que bombeando o liquido. Mesmo que ela esteja assustada, não deixará de sugar o líquido açucarado. Em poucos minutos, ela se recupera e voa rapidamente da sua mão. Certifique-se de fazer isso em local aberto para que não fique aprisionada novamente. Se ela não voar imediatamente, coloque-o em uma caixa com a tampa coberta por um tecido leve e deixe-a em um local protegido e com pouca luz. Nessas condições, elas ficam mais calmas e se recuperam melhor. Repita a operação de alimentação de 15 em 15 minutos e aguarde os resultados.

 

Não havendo ferimentos graves, o procedimento descrito no parágrafo anterior costuma resolver. Em se tratando de um filhote, que se aventurou em seus voos iniciais e se deu mal, pode ser que tenha que alimentá-lo por alguns dias e então o líquido açucarado somente pode não bastar. O alimento dado pela mãe do beija-flor consiste de uma mistura de néctar e insetos regurgitados diretamente dentro do bico do filhote. Capture algumas moscas de frutas, esmague-as junto com o líquido açucarado (pensou que seria fácil?) e sirva com ajuda de um conta-gotas. Ou mantenha a ponta do bico mergulhada no líquido e se o filhote se alimentar existe uma boa chance de que sobreviva e se torne independente. Não existem garantias, pois o aprendizado de procurar alimento, em grande parte dá-se por imitação, sendo o modelo da mãe importante. No entanto, existem exemplos de pessoas dedicadas que obtiveram sucesso nessa prática e vale a pena tentar e exercitar esse seu lado ecológico.

Filhote da espécie Eupetomena macroura, recuperando-se numa caixa de sapatos forrada com pano macio e um poleiro. Se a ave não se mantiver pousada, deixe-a no pano. Após a recuperação, liberte-a.           
Filhote de Phaethornis pretrei enfraquecido por ter passado muito tempo sem se alimentar. Após ingerir algumas pequenas porções de água açucarada, recuperou-se rapidamente.
Filhote da espécie Eupetomena macroura, recuperando-se numa caixa de sapatos forrada com pano macio e um poleiro. Se a ave não se mantiver pousada, deixe-a no pano. Após a recuperação, liberte-a.           

Soltura do filhote de Eupetomena macroura, já restabelecido.

Filhote de Phaethornis pretrei enfraquecido por ter passado muito tempo sem se alimentar. Após ingerir algumas pequenas porções de água açucarada, recuperou-se rapidamente.

Filhote de Anthracotorax nigricolis (macho). Este exemplar apareceu nos bebedouros e estava muito debilitado. Recuperou-se rapidamente com um pouco de ajuda e permaneceu por muito tempo no jardim.

Os filhotes ao abandonarem os ninhos em seus voos inaugurais, são muito dóceis, deixam as pessoas se aproximar bastante e não é difícil apanhá-los com as mãos. Porém é totalmente desaconselhável fazer isso para exibição ou tentativa de domesticá-los. Quando encontro um filhote em apuros, primeiro eu o examino sem toca-lo, se constatar que está enfraquecido, eu o recolho, alimento-o e estando bem, faço a soltura. Após um ou dois dias esse filhote já não permitirá tanta aproximação, um bom indício de que se recuperou.

Filhote de Anthracotorax nigricolis (macho). Este exemplar apareceu nos bebedouros e estava muito debilitado. Recuperou-se rapidamente com um pouco de ajuda e permaneceu por muito tempo no jardim.

Existem opiniões divergentes sobre interferir ou não nos dramas que ocorrem com animais na natureza. A minha, em particular, é que já interferimos muito no passado, degradando o ambiente e continuamos fazendo isso quando ampliamos nossas cidades ou áreas agrícolas. Então, eu me sinto em débito e deixar de ajudar qualquer criatura necessitada faria com que eu me sentisse pior. Com sucesso ou não, acumula-se experiência e isso é positivo.

Filhote de Chrysuronia versicolor kubtchecki e as flores da Karomia speciosa (Lamiaceae). A ave recebeu água açucarada e já recuperou suas forças. Agora está sendo apresentada a outras fontes de alimento.

Filhote de Amazilia versicolor kubtchecki e as flores da Karomia speciosa (Lamiaceae). A ave recebeu água açucarada e já recuperou suas forças. Agora está sendo apresentada a outras fontes de alimento.
Hylocharis chrysura e as flores da Streptosolen jamesonii (Solanaceae). A ave também recebeu água açucarada e já recuperou suas forças. Agora está sendo apresentada a outras fontes de alimento. Essas aves quase que instintivamente enfiam o bico nas flores nestas situações. Isso torna muito fácil sua recuperação.

Hylocharis chrysura e as flores da Streptosolen jamesonii (Solanaceae). A ave também recebeu água açucarada e já recuperou suas forças. Agora está sendo apresentada a outras fontes de alimento. Essas aves quase que instintivamente enfiam o bico nas flores nestas situações. Isso torna muito fácil sua recuperação.

O mesmo beija-flor acima, agora sendo aproximado de uma flor de Zingiber spectabilis (Zingiberaceae).

Ao encontrar um beija-flor que necessite de cuidados, provavelmente você será a única pessoa que poderá ajudá-lo. Então não tema e faça o que puder. Se não der certo, não lamente. Havendo muita demora em se tomar uma iniciativa, a morte da ave é quase certa, então, qualquer ação é melhor do que nenhuma. 

Hylocharis chrysura e as flores da Streptosolen jamesonii (Solanaceae). A ave também recebeu água açucarada e já recuperou suas forças. Agora está sendo apresentada a outras fontes de alimento. Essas aves quase que instintivamente enfiam o bico nas flores nestas situações. Isso torna muito fácil sua recuperação.

Não são as melhores batalhas as que lutamos por outros?

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