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Glaucis hirsutus, em primeiro plano, defendendo seu território contra uma Cambacica (Coereba flaveola). Estas, sempre estão presentes onde existem bebedouros de água açucarada. As disputas com beija-flores são raras e quando acontecem, geralmente são as Cambacicas que levam a pior. Os beija-flores são muito mais rápidos e agressivos.

Disputas territoriais

 

Glaucis hirsutus, em primeiro plano, defendendo seu território contra uma Cambacica (Coereba flaveola). Estas, sempre estão presentes onde existem bebedouros de água açucarada. As disputas com beija-flores são raras e quando acontecem, geralmente são as Cambacicas que levam a pior. Os beija-flores são muito mais rápidos e agressivos.

 

 

 Dois exemplares de Chionomesa lactea que disputaram o mesmo poleiro no bebedouro resultaram na foto que se parece com uma imagem refletida. O beija-flor que inicialmente estava pousado e se alimentando, apenas girou para baixo, sem soltar os pés. O atacante pousou assim mesmo e após alimentar-se voou sem mais se importar com o adversário. O fundo negro na foto é efeito do uso do flash na câmera, pois não houve tempo para mudar a configuração da câmera e permitir mais entrada de luz. 

O comportamento territorialista dos beija-flores é muito intenso em algumas espécies. Consiste nas tentativas de expulsar de sua área de domínio, qualquer intruso e que geralmente é outro beija-flor. A ave estabelece para si uma área que geralmente tem uma fonte de alimentação como de seu domínio e briga por ela. É um comportamento adaptado à sobrevivência e o beija-flor é muito individualista nesse aspecto. Machos e fêmeas da mesma espécie disputam as fontes de alimento em pé de igualdade. Só existem tréguas entre os sexos na época do acasalamento e entre a fêmea e seus filhotes, até que os mesmos se tornem independentes. Depois é novamente cada um por si.

Em casos raros, pode haver um combate que pode fazer com que um deles caia ao chão e não consiga alçar voo, ficando vulnerável a ataques de predadores. Em outros casos, podem causar entre si ferimentos que infeccionam e que podem causar morte. Os combates que presenciei entre essas aves foram apenas moderados sem aparentes ferimentos. Estabelecer uma boa área de alimentação também é útil para o beija-flor macho atrair uma parceira para acasalamento.

Por que devemos saber disso? Se você fizer uma área de alimentação e não observar alguns detalhes, aumentará os conflitos entre eles. Ou então, em vez de ter muitos beija-flores para observar, vai descobrir que só existe um deles dia após dia. Geralmente um “territorialista” que determinou que aquela área fosse seu domínio. Isso acontece frequentemente quando o Beija-flor-tesoura (Eupetomena macroura) se instala no jardim. Ele persegue incessantemente todos os outros indivíduos, quer sejam da sua espécie ou não, emitindo um piado monossilábico característico que é o seu “grito de guerra”.

 Dois exemplares de Amazilia lactea que disputaram o mesmo poleiro no bebedouro resultaram na foto que se parece com uma imagem refletida. O beija-flor que inicialmente estava pousado e se alimentando, apenas girou para baixo, sem soltar os pés. O atacante pousou assim mesmo e após alimentar-se voou sem mais se importar com o adversário. O fundo negro na foto é efeito do uso do flash na câmera, pois não houve tempo para mudar a configuração da câmera e permitir mais entrada de luz. 
 Amazilia versicolor kubtchecki que girou no galho esquivando-se de um ataque rasante de outro beija-flor que o atacou por cima, permanecendo nesta posição por uns 10 segundos. Cessada a ameaça, a ave retornou à sua posição habitual.

 

 

Para minimizar esses conflitos, siga algumas regras. Procure separar as fontes de alimentação. Se você dispõe de uma área grande, plante as flores em grupos separados por 2 ou 4 m de distância entre si. Misture arbustos maiores com outras plantas menores, para diminuir o contato visual entre as aves. Não coloque os bebedouros muito próximos uns dos outros e não deixe os bebedouros esvaziarem completamente.

 

 

 

 

 

Em ambiente de jardim, onde se concentram muitos beija-flores de espécies diferentes, as aves interagem de uma forma que não acontece na natureza e podem apresentar comportamento atípico, como o de um beija-flor da espécie Heliomaster squamosus, que ficou no nosso jardim durante alguns dias. Ele atacava todos os outros com ferocidade, enquanto outros indivíduos da mesma espécie sempre foram relativamente calmos.

 

 

 

 

 Se o bebedouro do ponto A é esvaziado antes do que está no ponto B, os beija-flores que frequentavam A passam para B e aumentam os conflitos. Mude os bebedouros de lugar de vez em quando. Adotando-se esses cuidados haverá menos disputas. Encare isso como um hobby, pois se você tivesse um aquário compartilhado por várias espécies de peixes, teria o mesmo problema.

Em certa ocasião, uma equipe de cinegrafistas de uma TV local filmou nossos beija-flores para fazer um documentário. Com os preparativos dos equipamentos, alguns beija-flores reagiram à movimentação no seu ambiente e atacaram um cinegrafista, que levou duas ou três bicadas. Numa outra situação em que eu fazia podas nas plantas do jardim também fui atacado. Foi engraçado, pois a princípio achei que estava sendo ferroado por uma abelha. Devem ser acontecimentos raros, pois depois disso nunca mais presenciei fatos desse tipo, mas também não os provoquei mais.

 Chrysuronia versicolor kubtchecki que girou no galho esquivando-se de um ataque rasante de outro beija-flor que o atacou por cima, permanecendo nesta posição por uns 10 segundos. Cessada a ameaça, a ave retornou à sua posição habitual.

Nestas duas imagens, um valente exemplar de Calliphlox amethystina (macho), que apesar do seu tamanho diminuto, resiste e defende seu território contra um Florisuga fusca, adversário bem maior. As flores amarelas são da Tecoma stans (Bignoniaceae).

Nestas duas imagens, um valente exemplar de Calliphlox amethystina (macho), que apesar do seu tamanho diminuto, resiste e defende seu território contra um Florisuga fusca, adversário bem maior. As flores amarelas são da Tecoma stans (Bignoniaceae).
Nestas duas imagens, um valente exemplar de Calliphlox amethystina (macho), que apesar do seu tamanho diminuto, resiste e defende seu território contra um Florisuga fusca, adversário bem maior. As flores amarelas são da Tecoma stans (Bignoniaceae).
Quando se é tão pequeno quanto um Calliphlox amethystina,  até insetos como vespas ou borboletas são tratados como "invasores". Com insetos, o comportamento de defender o território, normalmente não passa de "protestos". Os beija-flores parecem ficam em alerta, mas curiosos ao mesmo tempo. Em bebedouros, observei beija-flores retirando rapidamente abelhas menores com o bico e as atirando para o lado. Em se tratando de vespas, eles nunca as atacam. Porém vespas são mais "calmas" e dificilmente avançam nos beija-flores.  As flores são da Lavoisiera imbricata (Melastomataceae).

Quando se é tão pequeno quanto um Calliphlox amethystina,

até insetos como vespas ou borboletas são tratados como "invasores". Com insetos, o comportamento de defender o território, normalmente não passa de "protestos". Os beija-flores parecem ficam em alerta, mas curiosos ao mesmo tempo. Em bebedouros, observei beija-flores retirando rapidamente abelhas menores com o bico e as atirando para o lado. Em se tratando de vespas, eles nunca as atacam. Porém vespas são mais "calmas" e dificilmente avançam nos beija-flores.

As flores são da Lavoisiera imbricata (Melastomataceae).

À esquerda, o ramo de uma orquídea serve de palco para o minúsculo Phaethornis idaliae protestar contra a invasão de seu território. Pesando pouco mais de 2g este pequeno é um lutador obstinado.

À esquerda, o ramo de uma orquídea serve de palco para o minúsculo Phaethornis idaliae protestar contra a invasão de seu território. Pesando pouco mais de 2g este pequeno é um lutador obstinado.

 

 

 

À direita, temos Aphantochroa cirrochloris em atitude parecida, por razões semelhantes.

À direita, temos Aphantochroa cirrochloris em atitude parecida, por razões semelhantes.
Eupetomena macroura é um "peso pesado" em disputas territoriais. Seu tamanho avantajado em relação às outras espécies aliado à sua agressividade o torna imbatível. O exemplar à esquerda  está em uma postura pronta para combate. Asas e cauda ficam em posição que faz com que seu tamanho pareça ainda maior. Se isso não for suficiente para intimidar seu adversário, ela partirá para o ataque. Pessoalmente eu nunca presenciei combates mais sérios do que algumas perseguições. Dificilmente as aves se atracam. Flores da Heliconia angusta var. "Aurea"(Heliconiaceae). Acima, a ave visita as flores de Ruttya fruticosa (Acanthaceae).
Eupetomena macroura é um "peso pesado" em disputas territoriais. Seu tamanho avantajado em relação às outras espécies aliado à sua agressividade o torna imbatível. O exemplar à esquerda  está em uma postura pronta para combate. Asas e cauda ficam em posição que faz com que seu tamanho pareça ainda maior. Se isso não for suficiente para intimidar seu adversário, ela partirá para o ataque. Pessoalmente eu nunca presenciei combates mais sérios do que algumas perseguições. Dificilmente as aves se atracam. Flores da Heliconia angusta var. "Aurea"(Heliconiaceae). Acima, a ave visita as flores de Ruttya fruticosa (Acanthaceae).

Eupetomena macroura é um "peso pesado" em disputas territoriais. Seu tamanho avantajado em relação às outras espécies aliado à sua agressividade o torna imbatível. O exemplar à esquerda  está em uma postura pronta para combate. Asas e cauda ficam em posição que faz com que seu tamanho pareça ainda maior. Se isso não for suficiente para intimidar seu adversário, ela partirá para o ataque. Pessoalmente eu nunca presenciei combates mais sérios do que algumas perseguições. Dificilmente as aves se atracam. Flores da Heliconia angusta var. "Aurea"(Heliconiaceae). Acima, a ave visita as flores de Ruttya fruticosa (Acanthaceae).

Pesando um pouco menos de 2g o pequeno Phaethornis ruber não se intimida com invasores da sua área de alimentação e anuncia sua presença. 

 

A flor que também lhe serve de pouso é a Pavonia macrostyla (Malvaceae).

Pesando um pouco menos de 2g o pequeno Phaethornis ruber não se intimida com invasores da sua área de alimentação e anuncia sua presença.     A flor que também lhe serve de pouso é a Pavonia macrostyla (Malvaceae).

Não é uma arena de gigantes mas de valentes!

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